Por motivos técnicos (indisponibilidade da sala de dança), no presente ano letivo as aulas de dança não se estão a realizar.

Cursos

Dança

O Conservatório de Música de Santarém contempla na sua oferta formativa, aulas de Ballet e Dança Contemporânea em Regime Livre.

Dança Contemporânea

A dança contemporânea é uma arte interpretativa que assenta numa forte e exigente formação técnica alicerçada nos princípios da dança moderna. Para compreender a dança contemporânea é imprescindível compreender o percurso da dança moderna, que se define como uma forma de expressão corporal que surge pela transposição que o dançarino faz, por meio de uma formulação pessoal, de um fato, uma ideia, uma sensação, um sentimento.
Tornando-se assim uma forma de ser para quem quer comunicar com o seu corpo dançando descalço. Isto implica, para o bailarino de dança moderna, a necessidade permanente de encontrar os princípios de uma técnica que, como no caso da dança clássica, está sujeita a algumas regras, mas as regras são diferentes. Esta diferença técnica reside tanto na técnica como na origem da motivação do movimento.
A dança moderna é um produto do século XX, não é fruto do acaso, mas de uma necessidade natural de criar tendo em conta as preocupações sociais e estéticas da sua época.

A dança contemporânea surge da necessidade de nos expressarmos de uma forma mais atual, mantendo-nos sempre em constante evolução.

O ser humano está sujeito desde o nascimento às circunstâncias e costumes de um continente, um país, uma cidade, uma vila, uma comunidade, uma família; que acabam sendo decisivos no desenvolvimento e formação de nossa cultura, educação, modo de pensar e portanto de nossa personalidade.

A questão é: Que significa exatamente o termo CONTEMPORÂNEO? Que significa a contemporaneidade na DANÇA? Quando começa uma ação ou tendência contemporânea? Qual é a sua duração e qual é o seu fim?

A evolução constante seria a resposta a todas essas perguntas. Algo que não acaba, que se transforma exatamente como o próprio ser e tudo o que nos rodeia. A continuação dos princípios modernistas de fundir o corpo com a mente e o espírito. Um triângulo que favorece o equilíbrio. Se tudo estiver certo, estamos prontos para começar.

Por isso, devo enfatizar que a dança contemporânea estará sempre ligada à sua mãe, a dança moderna. Para compreender a dança contemporânea é preciso estudar e analisar a dança moderna que nos deu uma abertura diferente ao Ballet, criando uma técnica, estrutura e objetivos próprios. Portanto, não podemos definir a dança contemporânea como uma técnica em que vale tudo, formando um “cocktail” de ballet, acrobacia, jazz, ginástica, etc. Pelo contrário, tem definição própria e com personalidade suficiente para ser reconhecida como uma arte altamente qualificada, visando o estudo do próprio corpo, suas possibilidades, desenvolvimento, evolução e aperfeiçoamento por meio da técnica, fugindo do virtuosismo evidente, apostando pela naturalidade (o espectador não deve estar atento à técnica, deve sentir e se emocionar fazendo parte do que está acontecendo). Em suma, compor a arte de sublimar pela união da mente-corpo-espírito ou pensamento-matéria-emoção.

Devemos refletir: “A dança contemporânea sem técnica não pode ser considerada dança”.

A técnica é a ferramenta, a forma de compreender, é o legado dos nossos antepassados, mestres, coreógrafos e bailarinos dos quais acabámos por fazer parte e nos deram a base para seguirmos investigando para nos formarmos como bailarinos intérpretes, mais versáteis e mais credíveis.

Todas as técnicas e estilos de dança, tudo o quê contribui nos melhora. Estes podem e devem ser complementares, para não acabarmos por ser formatados nesta ou naquela técnica ou estilo, sendo verdadeiros bailarinos contemporâneos: sempre em estado evolutivo.

Ballet

O ballet clássico é o desenvolvimento e a transformação da dança primitiva, que baseava-se no instinto, para uma dança formada de passos diferentes, de ligações, de gestos de figuras previamente elaborados para um ou mais participantes. A história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci. Na corte francesa, o ballet tornou-se uma regularidade que cada vez mais o aprimorava em ocasiões especiais, combinando dança com música, canções e poesia e atinge ao auge de sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luiz XIV. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança tronou-se um grande bailarino e com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros ballets aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa.

Seu título ” REI DO SOL”, vem do triunfante espetáculo que durou mais de 12 horas. Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia Real de Música e 8 anos mais tarde, a escola Nacional de Ballet. O professor Pirre Beauchamp, foi quem criou as cinco posições dos pés, que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico.

A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros. Em princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado aos movimentos da dança.

Qual será próximo passo? Na sua longa história, o ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua em mudança. Mas, apesar das novas danças e das tendências futuras, existe e existirá sempre um palco e uma grande audiência para os trabalhos tradicionais e imortais.